A semana se passou e diante da expectativa fiz o teste confirmando a gravidez. Foi assim que começamos a conhecer nosso pequeno garoto. Acompanhamos desde a fase da divisão celular do feto, pois naquele ultra-som ainda não havia placenta formada, apenas uma célula que a cada dia se dividia e se transformava em um novo ser.
A gravidez foi muito tranqüila. No começo senti um pouco as mudanças (corpo, hormônios, o fato de ter de ser mais tranqüila, mudar um pouco a rotina, até mesmo no trabalho...) e até demorei um pouco para me acostumar com a nova idéia. Mas a cada dia nosso filho crescia e se modificava dentro de mim. Que mágicos 9 meses... fomos nos apaixonando um pelo outro e lembro-me que nas primeiras mexidas dele ainda tinha dúvida se eram mesmo mexidas, mas que com o tempo, foi se tornando uma forma clara de se comunicar com a gente.
O Ma sempre foi um maridão, um presente de Deus na minha vida. E sabia que seria um paizão também. Desde a barriga, sempre conversou com o Ale e fazia brincadeiras com ele, encostando sua boca bem pertinho de meu umbigo para falar com ele. Eu sempre dava risada e tenho certeza que o Ale também gostava disso.
No dia 3/10/2008 fomos ao hospital Sta. Catarina, fazer um dos últimos exames de rotina e acabamos ficando por lá mesmo. Minha médica achou prudente antecipar o parto uma vez que o bebê já estava com 38 semanas, totalmente formado e com dificuldades em se mexer. Lembro-me que eram 10h e ela me disse pelo telefone que eu já seria internada imediatamente, enquanto ela reunia a sua equipe para vir ao hospital.
O Ma teve que sair correndo para organizar tudo: internação, malas, máquina, documentos, e eu fiquei lá sozinha em uma sala chamada pré-parto que não tinha nada, apenas uma cama e uma poltrona. Apesar de estar vestida apenas com um avental próprio para a cirurgia, fiz questão de que ninguém me tirasse o celular, pois era a minha única ligação com o Ma e com o mundo. Liguei para ele que me disse já estar chegando em nosso apartamento. Gostei da idéia e comecei a ligar para minha mãe, minha irmã, como forma também de não me sentir sozinha.
Tudo passou tão rápido, em menos de duas horas eu já estava entrando na sala de cirurgia e iniciando a operação. O Ma não chegava e isso me deixava aflita, com medo. De repente ele entra pela sala da cirurgia, correndo, já todo paramentado e segurou a minha mão. Como me senti bem naquele momento, segura, senti vontade de chorar. O Ma então largou minha mão e foi para o outro lado da sala, para ver o Ale chegar ao mundo. E eu só ouvia as vozes de todos, não via nada.
De repente, a médica levanta nosso bebê bem alto para apresentá-lo ao pai. Nesse momento, consigo ver suas costinhas, seu bumbum, tudo tão pequeno, mexia pouco e ainda não chorava. Que emoção. Aí sim chorei como criança. MEU FILHO! MEU AMOR! Inexplicável o que senti. Levaram nosso bebê para limpá-lo e pesá-lo e quando ele voltou, ficou um pouquinho comigo sentindo meu cheiro, me reconhecendo. Outro momento único em minha vida. Ele abriu os dois olhinhos e me olhava fixamente e eu só queria beijá-lo, senti-lo e amá-lo desde então.
SER MÃE. Sem dúvida uma grande responsabilidade. Mas ao mesmo tempo um presente de Deus para mim. Agora é o momento de aprender com ele a ser mãe, e dele aprender comigo a ser filho. Que Deus abençoe nossa família e nos fortaleça na fé a cada dia para cumprirmos da melhor forma essa grande e importante missão em nossas vidas.